Existem pelo menos 4 milhões de sites corporativos no Brasil - e um número crescente de empresas interessadas em fincar os pés no mundo digital. O desejo (ou a necessidade?) de ter
presença online é a matéria-prima para o trabalho e a definição de tendências para agências digitais no Brasil e no mundo, um segmento cada vez mais concorrido.
Desde as menores até as mais profissionalizadas, os principais desafios, no fundo, se parecem:
Como assegurar a sustentabilidade dos negócios, equilibrando os custos e a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes?
Não é o tipo de pergunta com uma resposta fácil. Mas algumas das melhores práticas adotadas em mercados mais maduros, como o norte-americano, podem servir de inspiração para as agências digitais brasileiras.
São mudanças que, essencialmente, visam a consolidar as suas fontes de receita e reduzir a perda de clientes - ou o “churn”, como se diz no jargão do marketing digital.
Aqui, listamos as três que consideramos essenciais para as agências digitais se prepararem para os movimentos de mercado que vêm por aí:
1 - Atenção para a jornada digital dos seus clientes
Empresas em busca de presença online normalmente seguem alguns mesmos passos. Começam construindo um perfil em uma rede social, como Facebook ou Instagram. Como sentem que isso não é suficiente para gerar bons resultados em vendas, depois recrutam um conhecido para criar um site usando serviços gratuitos. Um site profissional, realmente focado em gerar resultados, é geralmente a próxima etapa.
É preciso respeitar a jornada do cliente de serviços digitais.
Não faz sentido propor conteúdo, geração de tráfego, campanhas de marketing digital ou qualquer coisa do tipo sem antes oferecer um site profissional. Um fotógrafo ou um freelancer que meramente precise de um ambiente para expor seu portfólio de trabalho pode, sim, ser bem atendido por um site gratuito. Uma pequena ou média empresa que precise de alta performance digital para expandir seus negócios, não.
Há um produto certo para cada cliente, e as agências digitais devem se dedicar a mapear essa jornada.
2 - Crie chances de upsell, vendendo mais para os mesmo clientes
Essa é uma regra em praticamente todos os mercados: é muito mais caro adquirir um cliente novo do que ampliar a receita com os que já estão na carteira. Não é diferente no caso das agências digitais. Para elas, assegurar que os clientes tenham um site profissional é o ponto de partida para inúmeras possibilidades de upsell - ou seja, de vender mais produtos para os mesmos alvos.
É importante pensar além do tradicional. Projetos de conteúdo e inbound marketing são opções clássicas de upsell para uma agência digital. Mas há uma série de outras oportunidades que podem entrar nessa conta. Quem já tem um site profissional pode se interessar por ter uma atualização focada em design e performance todos os anos, por exemplo. Ou pode querer widgets customizados que facilitem o relacionamento com os clientes - um quadro de reserva de quarto para uma pequena pousada, ou de agendamento de horário para uma clínica odontológica ou pet shop, entre centenas de outras possibilidades. Pode ainda precisar de um site traduzido para outros idiomas, landing pages para campanhas, blogs ou loja virtual. São todos serviços que uma agência digital pode oferecer com relativa facilidade, aumentando o tíquete médio e a retenção dos clientes.
3 - Aposte na recorrência para ter receita previsível
Depender da prestação de serviços pontuais é uma grande dor das agências digitais. Esse modelo dificulta estimativas de demanda no longo prazo e o planejamento financeiro. Aumentar a carteira de clientes recorrentes costuma estar entre os desejos das agências, porque isso assegura a sustentabilidade dos negócios, já que pelo menos parte da receita se torna previsível. Adaptar a forma de precificar serviços para adotar um modelo de recorrência deve ser uma prioridade em 2020 para agências que querem escalar seus negócios de forma sustentável.
Não é tão difícil quanto pode parecer. Usando tecnologia de ponta, é possível assumir a criação de sites, por exemplo, em um modelo “por assinatura”. Por que não reduzir o valor cobrado na entrega e diluir a diferença em mensalidades que abranjam outros serviços? A sensação de que o preço de um conjunto de benefícios “cabe no bolso” pode ser decisiva para um pequeno empreendedor contratar uma agência e dar início à sua jornada digital.